Ao final da doação, os tubos de amostras são enviados aos laboratórios correspondentes e as bolsas são transportadas, em condições adequadas, para o setor de processamento do sangue total, para a produção e modificação de hemocomponentes. O serviço de hemoterapia “divide” o sangue em componentes eritrocitários (concentrados de hemácias), plaquetários e plasmáticos. Esses hemocomponentes podem ser modificados para atender necessidades especiais de alguns pacientes. São feitos testes de sorologia, biologia molecular e himuno-matológico, que é quando o tipo de sangue e suas características vão ser descobertas.

Enquanto os exames não chegam, as amostras ficam armazenadas temporariamente até a liberação do teste. Esse processo é chamado de quarentena. Só são liberadas as bolsas com resultados não reagentes/negativos para os testes sorológicos e para os testes de detecção de ácido nucleico viral (NAT), que são duas metodologias de testagem utilizadas atualmente no Brasil para o sangue doado.

Após obtenção dos resultados dos exames de qualificação do sangue do doador, os hemocomponentes são liberados no sistema informatizado e, em seguida, emitidos os rótulos de produtos liberados, que são firmemente afixados a eles, respeitando a identificação numérica ou alfanumérica que a bolsa traz desde a coleta e completando o rótulo com as informações da liberação. Os bancos também seguem a risca os procedimentos de conservação específicos de cada um dos hemocomponentes.

Passadas por essas etapas e diante de uma requisição de transfusão e sua prescrição no prontuário médico, são coletadas amostras de sangue do receptor. O profissional capacitado faz a coleta e identifica o paciente através de um bracelete. Os tubos com amostra também devem ser rotulados de maneira imediata. As amostras são encaminhadas ao laboratório para realização dos exames pré-transfusionais, que dirão qual tipo de bolsa para transfusão o paciente precisa.

Todos os cuidados são tomados antes de iniciar qualquer processo de transfusão, como conferir os dados e o tipo sanguíneo da bolsa, junto com a prescrição médica. Verificar as informações do paciente, aferir a temperatura, frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória do receptor também é uma etapa importante. Depois de iniciada a transfusão, o profissional de saúde deve acompanhar por no mínimo 10 minutos o paciente, com o intuito de evitar qualquer reação e problemas mais graves decorrentes do processo. Caso isso venha a acontecer, o médico deve definir as medidas que serão adotadas.

No Brasil, a doação de sangue é voluntária, anônima, altruísta e não remunerada, não devendo o doador ser remunerado ou beneficiado direta ou indiretamente pela doação. O sangue doado também não pode ter valor atribuído em qualquer tipo de cobrança. Além disso, no SUS não há nenhum tipo de custo repassado ao paciente em casos de transfusão. Se você acredita que houve cobrança indevida em alguma situação, ligue no 136, ouvidoria do SUS, ou procure o denasus.

Informações mais detalhadas sobre os procedimentos podem ser encontradas no documento Promoção da Doação Voluntária de Sangue.

Por Aline Czezacki / Blog da Saúde

Acesso em : http://blog.saude.mg.gov.br/2016/07/04/curiosidade-conheca-o-caminho-do-sangue-no-sus-entre-a-doacao-e-a-transfusao/